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  • Foto do escritorAldigital - Educação

A Momo está na minha casa!



E é certo que está na sua também.


Sim, na sua casa! 


Disfarçada nas entranhas dos celulares e tablets, computadores e TVs, games e revistas.


A Momo está no mental coletivo, alimentando-se vorazmente de pedaços de cada um de nós, impondo medo, assim como foi a Loira do Banheiro, vários anos atrás.


No entanto, a atual e famosa personalidade das redes sociais pode representar um perigo verdadeiro, saindo do mundo dos bits e causando grandes estragos na vida de crianças e jovens.


O fenômeno vem se estendendo por todo o mundo, da Argentina aos Estados Unidos, França e Alemanha.


Ninguém sabe ao certo de onde vem o monstrinho:

alguns afirmam que se trata de um misterioso número de celular com prefixo do Japão ou Colômbia ou México que, ao ser inserido em sua agenda de contatos, imediatamente mostra uma foto de perfil assustadora, olhos esbugalhados, pele pálida e um sorriso sinistro.


Assusta mesmo.

Dentro do âmbito técnico, podemos afirmar que existe perigo do furto de dados sensíveis, invasão de sistema, instalação de vírus ou softwares de monitoramento, mas também podemos afirmar que estes riscos surgem em qualquer interação via internet.


A REDE DE COMPUTADORES NÃO É UM LUGAR QUE SE

POSSA CHAMAR DE SEGURO, EM NENHUM ASPECTO.


Compartilhar seu celular com desconhecidos nunca foi uma boa ideia.


Excluindo o medo de invasões e de danos ao dispositivo, o que mais devemos temer em relação à Momo?


Depende do que se pretende proteger.


Se estiver preocupado com o seu dispositivo ou o furto de dados, basta não seguir links desconhecidos ou, nem por curiosidade, incluir um dos números da Momo em sua lista de contatos. Isso reduz a chance de você ter problemas e pronto. Simples assim.


Não está claro se os contatados foram direcionados por meio de uma campanha via Whatsapp ou se a bizarra figura se propagou contando com a ajuda dos próprios usuários imprevidentes que criam vulnerabilidades em seus aparelhos por não atualizarem seus sistemas operacionais. Explorar vulnerabilidades de sistemas não atualizados tem sido uma constante.


Uma falha no Internet Explorer, conhecida como CVE-2018-8174, foi bastante explorada por hackers e outros intrusos, até que a Microsoft, em maio de 2018, corrigiu a vulnerabilidade e disponibilizou uma atualização eficiente.


Recentemente, a Google atualizou seu famoso navegador, Google Chrome, e corrigiu outras falhas que poderiam ser utilizadas por oportunistas mal-intencionados.


Por outro lado, se você pretende proteger crianças e jovens, os cuidados devem ir além de evitar os toques impulsivos na tela do seu celular ou responder aquele e-mail, com uma oferta irresistível, no seu computador.

É preciso uma ação efetiva de controle de acesso e um acompanhamento próximo sobre as atividades dos jovens na rede.


Mas pode não ser tão simples assim...

 

Não há como orientar soldado na iminência de enfrentar inimigo desconhecido. Só há como melhor armá-lo.

 

Ensinar crianças e jovens é o único caminho seguro. No território apocalíptico da web, conhecimento é uma arma bastante eficaz.


Antes de entender por que dissemos que a Momo está em sua casa, vamos considerar os perigos que vão além dos temidos furtos de dados pessoais:


INCITAÇÃO AO SUICÍDIO OU À VIOLÊNCIA
ASSÉDIO
EXTORSÃO

Isso deve ser temido.  E muito!


Tendo em conta que crianças e jovens são suscetíveis a influências, a imagem da Momo ou qualquer outra coisa, juntamente com um diálogo ou jogo de desafios, pode levar a pensamentos e ações nada construtivos.


Mortais, às vezes!


Mas, Calma!


Ainda que haja na rede diversos sites, blogs e milhares de depoimentos de especialistas - se é que existe algum especialista em Momo e outros bichos - afirmando que o contato com a figura tem levado jovens ao suicídio ou a atos de violência, se você procurar, vai ver que não encontra comprovações desses relatos.


Nem mesmo do alarme em torno da presença da Momo no YouTube Kids.


Isso não a retira de cena e, tampouco, a torna menos perigosa.


Acreditamos que a Momo não trabalha sozinha.

Os índices de violência e suicídio entre crianças e jovens vêm crescendo de forma alarmante,
com Momo ou sem Momo...

então, podemos concluir que há mais coisas rolando por baixo dessa mesa, como o gigantesco consumo de remedinhos, como o amigo Rivotril, do time dos benzodiazepínicos, por exemplo, que tem um lugar de destaque no ranking brasileiro de medicamentos mais vendidos.


É, vende mais que paracetamol ou pomada Hipoglós!


A lógica bem explica: há mais pânico, ansiedade e problemas do sono do que dor de cabeça e assadura em bumbum de bebê!


A internet é um lugar densamente povoado!

Para andar por lá, é preciso estar vacinado, preparado, ter boas defesas, não se expor e estar sempre alerta. Se existe perigo na parte limpa da rede, imagine o que pode ser acessado na parte obscura da rede, a misteriosa deep web.


E sabe o que é mais estranho? Você pode passar de um lado para outro e nem perceber...


Precisamos conversar sobre deep web? É, nós também achamos que sim! Logo vamos ter um post sobre isso...


Então, finalmente, chegou a hora de você entender porque acreditamos que a Momo também está na sua casa.


Se é que você ainda não desconfia. Já olhou embaixo da mesa da cozinha? No armarinho do banheiro?


Entendemos que a massificação das redes sociais, o intenso bombardeio de informações, propagandas e as mais diversas necessidades, pressionam a todos nós. Todos os dias, 24 horas por dia.


Vivendo neste cenário, o mínimo que se pode conseguir é um bom nível de ansiedade. Lembram do amigo Rivotril?  


Sendo a ansiedade um dos elementos que contribui para distúrbios sociais, emocionais e comportamentais, podemos entender que o ritmo que a internet impõe a nossas vidas contribui para a vivência de problemas diferentes do que enfrentávamos há 20 ou 30 anos.


Pensando bem, a Loira do Banheiro era mais interessante. E não machucava ninguém.

A internet resolveu muitos velhos problemas e, em contrapartida, nos trouxe novos.


Como a gente navega muito, se expõe muito. Mesmo a coisas que pareçam inofensivas.


Propagandas direcionadas são maliciosas, conhecem nosso ponto fraco. Arrancam a casquinha da ferida, mexem com o inconsciente, perturbam o senso crítico...exploram nossos medos...


Intimidam.

Incitam.

Na sociedade do medo, existe mais medo do que coisas a serem temidas.


Somando a isso, estamos cada vez mais imediatistas. A busca por imediatismo para evitar a frustração a qualquer custo!


Entendeu?


Tudo isso é Momo!


Evitar contato com a figura Momo é apenas uma fração do que precisa ser feito para garantir uma internet minimamente saudável e livre de pensamentos obscuros e, então, crianças e jovens estarão livres de influências negativas ou fantasiosas.


Não será a lei ou regulamentações que livrarão a internet de todo o lixo que ela já carrega.

Podemos começar parando de compartilhar a Momo, para que o mental coletivo vá se despoluindo dela.


Mas só o uso consciente e responsável, a educação e a informação, vão construir uma rede colaborativa, segura e que permitirá uma expansão das capacidades humanas e não seu aprisionamento.


Crianças e jovens estão morrendo.

A culpa não é somente da Momo. É nossa também.


Leandro Modesto

é Consultor Técnico da Aldigital e Palestrante.

Mestre em Ciências Jurídicas e Sociais e Analista de Sistemas.

Fanático por Space Invaders e Star Trek.

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