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Foto do escritorAldigital - Educação

Você sabe o que é um robô?


Pergunta difícil de responder sem pensar um pouco...


Em todas as áreas da ciência, existe sempre uma grande confusão sobre as coisas que existem, não existem ou que podem existir. Não há dúvida de que robôs existem, mas como podemos, verdadeiramente, definir essas máquinas?


Seria muito legal se pudéssemos definir essas máquinas nos baseando no que vemos no cinema ou no que ouvimos falar por aí. Mas a realidade é um pouco diferente.


Então, chega de confusão: vamos detonar esse assunto de uma vez e descobrir o que é realmente um robô e se eles poderão dominar o mundo ou acabar com a nossa raça.


Skynet ou Matrix?

(Essa, a gente deixa para outra hora.)


Será que todas as máquinas podem ser chamadas de robôs só porque fazem algum tipo de trabalho?


É, isso parece simples porque até a máquina de lavar ganha o “status” de robô!


Só que não...


É claro que a definição de robô vem crescendo na mesma proporção em que novas tecnologias vão surgindo, incrementando ainda mais a sua capacidade de articular movimentos, processar informações e sentir o mundo ao redor. Dessa forma, é fácil entender que no início do século passado nós pensávamos em um robô como uma coisa bem diferente do que pensamos hoje.


Vamos dar uma volta no passado, bem rapidinho:


A palavra robô foi conhecida e discutida, pela primeira vez, no teatro, em uma peça chamada “Robôs Universais de Rossum”. O autor era um cara chamado Karel Capek e isso aconteceu em 1921. Muita gente atribui o termo “robô” como sendo de sua autoria, mas há quem diga que o autor foi seu próprio irmão, em uma inspirada contribuição para o roteiro da peça.


De qualquer forma, sabemos que a palavra não é tão original assim, ela resulta da combinação das palavras Tchecas "robota", que significa “trabalho obrigatório”, e "robotnik", que significa “servo”.


Já logo vemos que os coitados foram criados para trabalhar e servir. Não é à toa que muitos filmes contam a história de robôs que se voltam contra seu criador.


Aliás, isso acontece em muitos filmes... outro dia vamos falar a respeito.


Pensando nisso e em outras coisas, o escritor de ficção científica Isaac Asimov quebrou essa ideia nos mostrando, em sua farta coleção de livros e contos, que um robô pode vir a se tornar um companheiro diário, amigo, fiel, confiável e, às vezes, com algumas crises.


Por isso ele criou as três leis da robótica.


Três parágrafos muito simples que, até hoje, servem de orientação para qualquer máquina autônoma e certamente deverão estar incluídos no programa principal de qualquer robô.


Imagine uma máquina com sistemas hidráulicos, sensores de longo alcance, muita força, ciente de sua existência e de seus poderes. Que chance teremos se essa coisa se voltar contra nós?


É para garantir que isso não aconteça que as três leis da robótica, de Isaac Asimov, existem.


Isaac Asimov foi escritor não apenas de ficção científica, mas também de obras científicas muito importantes, publicando ao todo mais de 500 livros e contos ao longo dos seus 52 anos de carreira; entre eles incluindo-se “Eu Robô" e “Manual de Robótica".


As três leis são, na verdade, três diretivas que Asimov implantou em seus robôs, cujos cérebros ele chamava de positrônicos.


1ª Um robô não pode ferir um ser humano ou, por inação, permitir que um ser humano sofra algum mal.
2ª Um robô deve obedecer as ordens que lhe sejam dadas por seres humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a primeira lei.
3º Um robô deve proteger sua própria existência desde que tal proteção não entre em conflito com a Primeira e Segunda leis.

Mais tarde Asimov acrescentou a “Lei Zero”, acima de todas as outras:


"Um robô não pode causar mal à humanidade ou, por omissão, permitir que a humanidade sofra algum mal."


Essa ideia de criar uma coisa que possa fazer o trabalho pesado, ir onde não podemos ou levantar e carregar pesos  que não somos capazes, não é nova. Não, mesmo. Afinal, tudo se resume em uma palavra: Ferramenta.


Então robôs são ferramentas? De certa forma, sim. No entanto, a definição de robôs, modernamente, vai bem além de simples ferramentas.


Vamos definir um robô:

Robô é um sistema autônomo que existe no mundo físico, pode sentir o seu ambiente e pode agir sobre ele para alcançar resultados”, segundo Maja J. Mataric.


Essa definição parece muito ampla? Sim, é verdade. Então vamos entendê-la:


Um robô é um sistema autônomo porque age de acordo com suas próprias decisões e não está controlado pelas mãos humanas.

Um robô existe no mundo físico. Isso exclui os robôs virtuais. Sim, não existe robô em um mundo simulado. Ele deve interagir, vencer os obstáculos e reagir de acordo com as inúmeras leis da natureza.

Lidar com todas essas coisas é o que torna a robótica uma ciência muito complexa e desafiadora.


Poder sentir o ambiente é uma necessidade. Somente sentindo o mundo ele poderá reagir de acordo com o momento e situação em que estiver, sempre com o objetivo de cumprir determinada tarefa ou função.

Sentir é um aspecto dos seres vivos. Nós sentimos por meio da audição, da visão, do tato, do olfato ou do paladar e um robô deve ser estimulado em todos estes sentidos.


Enfim, alcançar resultados é o propósito a que todo o conjunto se destina. É a tarefa a ser cumprida.


Na moderna tecnologia, existe uma coisa que resolve tudo isso: sensores.

Existem milhares de tipos de sensores e muitos deles sentem coisas que nós, seres vivos, não podemos sentir. Por exemplo: níveis de radiação, índice de oxigênio, padrões de luminosidade ou escalas de temperatura precisas.


Só pra lembrar: ainda não existem sensores para medo ou intuição...


Recentemente, até celulares sentem se você está caminhando ou correndo e monitoram seus batimentos cardíacos e, processando essas informações, sabem o consumo de calorias de seu corpo e podem deduzir seu estado de saúde.


Celulares não são robôs! Sim, mas os sensores que existem em um celular podem ser instalados em um robô!


Aí a coisa começa a ficar interessante...


Portanto, sentir é fundamental para que a máquina possa ser definida como robô.

Mas como um robô pode tomar uma decisão baseado nas leituras de seus sensores?


Simples: exatamente como nós mesmos fazemos! Nós memorizamos o que sentimos, arquivamos os resultados da interação, consequências e necessidades e, mais tarde, sabemos como agir diante da mesma situação, seja para termos o mesmo resultado ou para evitarmos resultados indesejados. É o que popularmente podemos chamar de experiência.


Digamos que você tenha ido dar uma volta em sua bike e, ao virar a esquina, o pneu bate em um buraco na rua e você leva aquele tombão... alguns ralados, orgulho ferido e pronto. Em um outro dia, com a mesma bike, você vai virar a mesma esquina e imediatamente se lembra de que, logo à frente, existe um buraco e, então, você toma uma decisão baseada em fatos anteriores: “vou desviar deste caminho porque sei que ali existe um buraco”.


Observe que o exemplo, bem simples, se baseia na experiência vivida anteriormente e no auxílio que ela oferece na hora de tomar uma nova decisão. Não se trata de instinto de sobrevivência, que é outra coisa supercomplexa. Tenho certeza que você não pularia de um abismo, mesmo que nunca tivesse pulado antes!


Então, acredite, essa tomada de decisão, baseada em fatos anteriores, é a base de tudo o que chamamos hoje de inteligência artificial e tudo o que os pesquisadores de robótica querem é um robô que tenha pensamentos, que seja equipado com Inteligência. Por isso essa inteligência, que é resultante de complexos algoritmos computacionais, é chamada de Inteligência Artificial.


Isso torna a robótica uma ciência ainda mais incrível!


Ela combina elementos mecânicos e elementos de programação.


E neste momento falamos de Hardware e Software.

Um robô faz algo, no mundo físico, por meio de seus recursos de hardware e reage ao meio em que está inserido, de acordo com o seu software.


Quanto ao hardware, vamos simplesmente defini-lo como sendo o conjunto de partes mecânicas que, juntas, formam o robô, suas articulações, seus sistemas de sensoramento, direção, força e tudo o mais que interaja fisicamente com o meio no qual está inserido.


Já o Software é outra história. Embora possa não parecer, o desafio do software é mais complexo. Neste momento, falamos da programação de um robô que, conforme seu grau de complexidade, pode contribuir para que o nosso cara seja um robô ou não. O software define tudo. É a inteligência do nosso robô.


Então, quem reage ao mundo exterior, toma decisões e alcança propósitos é o software.


A Inteligência do robô é um programa de computador? Sim!

Simples assim.


Ou não.


Programar um computador, um aplicativo, um carro ou um robô é uma tarefa complexa. Requer concentração, dedicação, trabalho em equipe, disciplina e uma boa dose de conhecimento.


Então você já entendeu:


Robótica não é brincadeira e não se montam brinquedos em Robótica.

Aí você pode e deve perguntar: muito bem, Robótica é uma coisa legal e exige conhecimento, disciplina e um monte de coisas, mas o que é a Robótica Educacional?


Robótica Educacional é um conceito recente na aprendizagem em diversas áreas. É motivada pela criatividade aplicada a um conjunto de elementos, conectáveis entre si, com propósitos diversos, permitindo que o estudante conheça aparatos mecânicos, peças e componentes eletrônicos, resultando na montagem de um mecanismo que executa uma determinada tarefa.


Alguns sistemas possuem plataformas de desenvolvimento próprias, as IDEs, com linguagem de programação em blocos e inúmeras facilidades.


Pode ser entendida como um pequeno passo em direção ao conhecimento de processos industriais, prototipagem e planejamento, mas está longe de ser robótica, em seu verdadeiro conceito, mas é um bom começo para começar a entender o universo da robótica de verdade.


Agora você já pode responder a pergunta que fizemos logo no início de nossa conversa:


Os robôs vão dominar o mundo?


 

Leandro Modesto

Leandro Modesto

é Consultor Técnico da Aldigital e Palestrante.

Mestre em Ciências Jurídicas e Sociais e Analista de Sistemas.

Fanático por Space Invaders e Star Trek.

137 visualizações3 comentários

3 commentaires


Claudio Bueno
Claudio Bueno
11 juil. 2020

Muito esclarecedor esse tópico. Creio que é ótimo o avanço na programação de inteligência artificial, os japoneses estão muito a frente nessa área

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Aldigital - Educação
Aldigital - Educação
16 juil. 2019

Wilges, obrigado por participar de nosso blog.

Em relação a sua pergunta: Não. O robô que foi comentário da revista Veja não está dentro da definição científica de robô, ainda que tenha características de autonomia e mobilidade. Ele está sendo diretamente controlado pelo Médico, remotamente, e suas reações, diálogos e demais funcionalidades são disparadas de acordo com o entendimento do médico-operador e não em razão de estímulos externos ou das conclusões de uma inteligência artificial. O auxílio no diagnóstico é dado graças ao banco de informações, ao qual o sistema está interconectado.

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wilges
20 mars 2019

Essas coisas de tecnologia sempre nos deixam em dúvida! Por exemplo, o robô do hospital Albert Einstein que apareceu na Revista Veja é um robô mesmo?

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